terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Entrevista do André Soares no Diário Insular



André Soares, judoca do Judo Clube de S. Jorge, no passado dia 15/01/2012 dei uma entrevista ao Diário Insular. Aqui transcrevemos a noticia para quem não teve a oportunidade de ler
'Sonhos
Olímpicos
André Soares sonha alto, bem mais alto do que aquilo que já conseguiu conquistar na sua ainda curta carreira e que, convenhamos, é já um currículo capaz de deixar orgulhoso qualquer desportista. Senão vejamos: único atleta açoriano com o estatuto de Alto Rendimento, que alcançou no primeiro ano após ter subido de categoria de peso (de-60kg para -66kg) e de escalão (de Júnior para Sub23); bicampeão nacional em Esperanças e Juniores e elemento da seleção nacional dejudo em todos os escalões; terceiro na Taça da Europa, disputada na Lituânia; nono em Marrocos no Campeonato do Mundo de Juniores,em 2010; no mesmo ano, nono no Europeu de Juniores, na Bulgária; na Rússia, em 2011, nono no Europeu de Sub23. Razões mais do que suficientes para que o sonho seja legítimo. O sonho de chegar aos Jogos Olímpicos.
Natural de S. Jorge, o judoca açoriano está atualmente integrado no Centro de Alto Rendimento, em Lisboa, e prossegue estudos na Faculdade de Motricidade Humana. Pretende licenciar-se em desporto e seguir o treino desportivo em judo, modalidade que pratica desde os quatro anos de idade. Conta-nos que, até aos 13 anos, não perdeu qualquer combate, altura em que participou no Campeonato Nacional de Juvenis II, saindo derrotado nas meias-finais e arrecadando o lugar mais baixo do pódio. E como são também nas derrotas que os
campeões se destacam: "Foi um momento marcante. A partir daí, decidi que era o judo que eu queria. Queria provar que era o melhor do meu país e, então, apliquei-me ainda mais", recorda André Soares, confessando que teve de abdicar do futebol, desporto que durante
algum tempo foi conciliando com o judo.
Iniciou-se no judo por influência do pai, que diz ser uma das pessoas mais influentes no seu percurso, a par de Carlos Luz, seu treinador.
"O meu pai, para além de me introduzir no judo, ensinou-me tudo o que sei, os valores e princípios de um judoca, e sempre me apoiou. Aprendi muito com ele. Carlos Luz tem-me ajudado a evoluir e ensinou-me a ser inteligente nas minhas escolhas, tanto no judo como na vida. Para além disso, tenho a sorte de ter como treinador o meu judoca preferido. Estas duas pessoas foram determinantes para alcançar o terceiro lugar na Taça da Europa na Lituânia. Esta competição deu-me a possibilidade de ir a outras provas, como o Campeonato da Europa e o Campeonato do Mundo, nos quais consegui entrar na alta competição", frisa.
Apesar das especificidades de uma ilha como S. Jorge, André Soares confessa que tem saudades de casa depois de dois anos a residir em Lisboa. "Sinceramente, penso que, em S. Jorge, existe menos dificuldade do que em qualquer outro lugar. Não temos muita gente, mas posso garantir que a maior parte dos atletas tem uma enorme vontade de treinar e de evoluir, o que faz com que o grupo fique muito unido. Vejo atletas que preferem acordar às seis da manhã para fazer o treino, do que não treinarem por não terem horário escolar para isso. Penso que, no continente, não devem existir muitas situações destas. É claro que nós temos mais dificuldades a nível de deslocações do que em outros lugares e os preços das passagens aéreas também não ajudam, mas, tirando essas situações, temos vontade, que é o mais difícil de se alcançar nos dias de hoje", argumenta, elogiando a capacidade dos judocas açorianos, que têm trabalho para acompanhar a evolução do judo nacional, modalidade que, em Portugal, tenta cada vez maior visibilidade a nível internacional.
Garante-nos que o segredo do sucesso está no treino, em aproveitar cada sessão ao máximo e esquecer as dificuldades. Com apenas 20 anos e, naturalmente, uma margem de progressão considerável, André Soares entende que o facto de estar integrado no Centro de Alto Rendimento pode tornar-se numa etapa muito positiva para o seu futuro desportivo, destacando as facilidades de que dispõe para conciliar o desporto com a formação académica. A ambição é enorme, os sonhos exigem muito trabalho e uma grande dose de sacrifício, mas o atleta do Judo Clube de São Jorge mostra-se consciente do caminho a percorrer: "Penso que tenho vindo a evoluir, mas acho que ainda me falta evoluir muito para alcançar o que desejo. Acho que qualquer atleta tem o sonho de participar nuns Jogos Olímpicos e eu não fujo à regra: quero ir aos Jogos Olímpicos. Tenho consciência de que ainda me falta evoluir muito, mas estou pronto para ir subindo as escadas a pouco e pouco até chegar ao topo. Não posso garantir que vou lá estar, mas posso assegurar que irei fazer o que for preciso para lá chegar", conclui.'

Sem comentários: